quarta-feira, 18 de julho de 2012

Ensinamento de um dia, para uma vida.

Hoje acordei e percebi que minha inspiração havia desaparecido. Procurei-a por todos os cantos. Procurei nos nossos sorrisos, nas lembranças, nos sentidos. Então me perdi, soltei meus pensamentos e trouxe para o vazio uma angustia que não reconheci em mim. Lembrei-me dos sorrisos na porta da igreja e do jeito que me pagou uma bebida. O modo como me seduziu com o simples fato de existir e como passou a ser alguém que nem ao menos sei o nome. Minha garrafa de vinho não estava mais cheia. Outra por favor. Traga também uma dose de gin, para tirar da cabeça o que o coração está expulsando.

Hoje, o mesmo dia em que acordei sem inspiração nenhuma, e nem a encontrei em lugar nenhum, foi um dia ótimo. Consegui olhar para mim mais de 5 segundos ininterruptos e depois me arrumar para mim mesmo, não para você. Fumei o cigarro mais vagabundo que encontrei na banca de jornal. Não precisava me importar com o cheiro dele. Também tomei uma água de coco, enquanto pensava em como seria bom estarmos juntos.

 Hoje, o mesmo dia que olhei para mim, pensei muito em você, não posso mentir. Queria você cada momento em que a distancia se fez presente. Hoje percebi que minha inspiração não estava ausente, estava diferente. Então, fiz promessas tão firmes quanto meu medo da solidão. Programei um final de semana inteiro para nós, sem ao menos saber se você estará presente. Planejei também dez maneiras diferentes de negar que não te desejo durante um terço do meu dia. Coloquei em prática umas cinco, e duas delas surtiram efeito.A primeira forma de negação foi procurar em outras coxas, as suas. Funcionou durante três risadas. A segunda não funcionou, mas acreditar que somos só amigos me ajuda a aceitar uma possível rejeição.

Quis plantar flores no seu jardim, e depois colhe-las, para colocar na cesta de café da manhã que te enviaria no dia em que completássemos um ano. Separei nossas melhores fotos, e escrevi os nossos melhores momentos num pedaço de papel. Reli todos. Mais de uma vez.

O medo de tentar fez você nem ao menos sair da sua zona de conforto. E era lá que eu estava o tempo todo. Longe do seu ego e das suas facilidades, esperando uma atitude honrosa, verdadeira. Esperei atenção, esperei respiração. Fiquei ofegante. Fumei mais um cigarro, e depois outro. Falando neles, agradeço-os, pois eles me mantém vivo numa vida em que a morte próxima é melhor que o próximo passo.

 Vivi uma ilusão. Talvez duas ou três, na verdade. Mas vivi um momento também. Hoje, o mesmo dia que acordei sem inspiração, deixei meus cigarros caírem na privada enquanto dava uma demorada descarga. Não precisava mais deles.

terça-feira, 29 de maio de 2012

?

A intensidade que me falta hoje é a mesma que em outrora me era demais. A minha zona de conforto se foi e agora nada restou. Estou perdido nos meus pensamentos, entre ter, ser e poder. As cartas já estão fora do baralho a um bom tempo e eu nao consigo mais encontra-las. Nao sei mais o que me falta, nem o que me completa. Minhas necessidades se tornaram fúteis. Eu estava errado. Ou eu estava muito certo, nao sei! Minha auto confiança me confunde e minha confusão me atrapalha. Nao sei ser tolo mais, nem para comigo mesmo. Minha mão tem dedos demais, minhas funções estão acumuladas, meu ser esta perdido. Queria uma certeza, uma luz, algo que me prenda ou me solte. Meios termos me matam, mas nao te-los me consome! O que era bom deixou de ser e meus valores estão sendo botados a prova de novo e de novo. O que eu fiz ate agora valeu de algo? E o que eu deixei de fazer? São muitas perguntas, muitas cabeças, poucas ações! Nao quero mais jogar por jogar, quero entrar em guerras para ganhar. Batalhas sangrentas deixaram de ser interessantes. Perdi meu espirito jovem e no lugar esta um vazio. Tudo que eu te dei foi suficiente, para você! Para mim nada basta, porque eu sempre me bastei o suficiente e agora, nem o suficiente me basta!

segunda-feira, 19 de dezembro de 2011

Inspiração?


Esperar muito das pessoas, não esperar nada delas, tomar você mesmo as atitudes ou esperar as coisas acontecerem. Levando, errando, acertando, uma hora a gente entende... eu ainda não entendi, mas eu aprendi.
Aprendi que é caindo que se sobe mais, que é chorando que se sorri, que quando não estamos esperando é que acontece. Mas não depende só de uma pessoa, depende de todos envolvidos. Aprendi que expectativas atrapalham tudo, mas não tê-las, destrói tudo. Aprendi que sem assistência talvez apareça sim uma concorrência, mas também pode excluí toda a concorrência envolvida.
Não existem fórmulas perfeitas, nem perfumes peculiares. Comédias românticas são previsíveis sempre, e algumas atitudes também. Queria sair deste ano podendo levar comigo mais do que aprendizados, mas é só eles que estão comigo agora. Triste? Não, satisfeito. Tive que errar para aprender que um “talvez” não quer dizer necessariamente um “sim”, nem que um não seja negativo. Aprendi que uma noite enamorada não significa compromisso e que uma aventura pode realmente ser mais que uma aventura.
Mas, acima de tudo, aprendi que sozinho eu me basto. Longe de mim dizer que seria alguém sem aqueles que eu amo, mas aprendi a me amar antes que me amem. Amei meu corpo, amei minhas atitudes, amei meus erros, acertos e afins. Pisar descalço na areia valeu mais do que usar um chinelo com a numeração errada. Sorrir para a tristeza talvez me significou mais do que estar feliz. Agora, não preciso mais de uma pessoa do meu lado para que eu me sinta forte. Sou imortal, perante as fraquezas de quem nada tem. Ontem menti, admito. Disse que não, mas meu corpo denunciou toda minha mentira. Hoje não precisei omitir nada, porque aqui, o único sentimento que existe é o da certeza de ter feito as coisas certas, na hora certa e do jeito que aprendi a fazer.
E o que eu busco agora não é inspiração. Isto eu consigo com um gole da minha vodka mais vagabunda ou com um cigarro dos bons. O que eu quero agora é ação. Ação que mostre como as coisas devem ser direcionadas. Nada de deixar as coisas acontecerem. Quem quer arruma um jeito, quem não quer só apresenta desculpas.

segunda-feira, 3 de outubro de 2011

Tempestade ou Sol?


Queria colocar uma música aleatória na minha playlist e escrever como você faz falta da maneira mais mentirosa do mundo, para parecer que não estou nem ai. Queria andar pelas ruas com pensamentos leves, egoístas, pensar mais em mim. Queria deitar e não lembrar das nossas noites. Apagar todas aquelas fotos e mensagens. Guardar apenas os aprendizados e jogar aos ventos os sentimentos não correspondidos. Queria não saber o que se passa na sua vida, e não sentir necessidade de saber. Queria fumar um cigarro diferente do seu. Esquecer suas manias, gírias e jeitos. Parar de procurar em todo mundo o que eu tinha em você. Não a perfeição, porque disso chegamos longe, mas o sentimento bom. A estranha sensação que eu tinha depois de te beijar, você me olhando com os olhos semiabertos, como se pudesse ver minha alma ou ler minha mente. Se quer saber, nesses momentos você não leria nada, apenas sentiria como eu queria eternizar tudo o que estávamos passando.
Queria superar tão rápido como você ou ter certeza que você não superou, porque nunca sentiu nada de fato verdadeiro. Queria palavras bem ditas, um fim mais trágico, menos coisas para pensar. Poder saber se o que eu quero agora é voltar ou seguir em frente. Parar de ver você em todos os momentos na minha rotina. Me contaram que existe outra pessoa, e que ela te faz bem. Queria poder acabar com essa pessoa também. Queria tudo diferente, tudo do meu jeito. Queria talvez nunca ter te conhecido ou ter sido menos intenso. Ou mais, porque não?
A pior parte de não saber aonde errei, é ter a certeza que não errei. E não adianta dizer que eu sou tudo que você sempre procurou, porque só uma pessoa acéfala deixa de lado o que sempre buscou. Queria uma mudança, uma luz, uma certeza.
Queria muita coisa, mas nada faz sentido quando se está perdido. Queria um texto que pudesse explicar o que eu estou sentindo, mas só consigo isso, pensamentos soltos, traduzidos em algumas frases desconexas. Acima de tudo, queria olhar para minha vida e não me sentir sem um rumo e me bastar de novo. Queria pisar firme no chão e não ter que mentir para mim toda manhã, dizendo que você foi só mais um caso. Mas não consigo. Ainda te vejo como uma chuva de verão: é fina, mas molha. Dura o tempo suficiente para acabar com uma festa, e insuficiente para encher um balde. É fria, mas gostosa de ficar. E além de tudo, você não sabe se virá uma tempestade para lavar a alma, ou de novo o sol, para você se renovar. Ainda não sei se quero me secar, ou ficar nesse chuvisco. Na verdade, queria saber só isso!

domingo, 18 de setembro de 2011

O que mais pesa agora?


Amores arrebatadores, amores inesperados, amores levemente planejados. Temos amores de todos os tipos, cores e jeitos. Aqueles que nascem com um sorriso, os que nascem com uma amizade e os que vão surgindo aos poucos, e quando você, já está amando.
Ninguém pede para gostar de alguém, do contrário, também não se pede. Escolher estar ou não com alguém é uma atitude que podemos controlar, mas gostar ou não dela já vai depender do quão envolvido estão.
E quando acontece, você se vê como em uma montanha russa. Altos e baixos, surpresas boas e outras nem tanto. No começo você não se permite alguns sentimentos, mas com o tempo eles surgem e são inevitáveis. Cobrança existe sim, logo depois do primeiro beijo, mas lidar com ela vai da maturidade e intensidade de cada um (ou dos dois).
Depois o tempo vai passando, as coisas vão acontecendo naturalmente e você se depara com a vontade de estar junto, mas só com uma pessoa. Você não precisa necessariamente estar amando, mas o estar junto se torna tão importante que você sente aquela vontade de não dividir com mais ninguém. É egoísmo pensar que tudo pode ser como a gente quer, mas não será se tomarmos atitudes com o coração para conseguir o que queremos. O não é inevitável, e quando você estiver pronto para ouvi-lo, será o momento de correr atrás do sim.
Então, você se vê dentro de mentiras e verdades, numa mistura tão forte que você se sente vazio, oco. Às vezes, não mentiras ditas, mas aquelas imaginadas, depois de um tempo passado onde você não sabia o que podia ou não se permitir sentir. E você passa por um duelo travado entre você e você, e o prêmio é a felicidade, a sua. E os 10 minutos passam e você não sabe o que responder muito menos o que pensar. E mais uma vez a sinceridade é a melhor arma (ou a pior armadilha).
Nos fim das contas, o que vai importar vai ser como as coisas se desenvolverão. E você vai colocar tudo na balança e analisar o que de fato é importante levar com você. Pessoas e sentimentos vêm e vão com uma rapidez que não pode ser calculada ou medida, mas no fim, o que for verdadeiro vai ficar e o que não é, se vai, fluido e limpo como a água de uma cachoeira. Mas acima de tudo, o importante é sorrir sempre, mesmo que este sorriso não traduza de fato o que seu coração sente. É sorrindo que se quebra um coração gelado, ou que gela um coração ausente.

segunda-feira, 15 de agosto de 2011

De repente, dor ou Amor.


As histórias são sempre tão previsíveis, tão lineares, a ponto de poder fazer previsões. Quem é o mocinho, quem é o vilão? Quem vai ser a regra, quem vai ser a exceção? Às vezes não é necessários ser vidente para saber o destino de um coração, outrora nem um vidente pode prever a cabeça de uma criança de vinte e poucos. O momento da entrega também diz muito. O jeito que acontece o beijo, as intimidades trocadas, os sorrisos de canto de boca, o frio na barriga e a vontade de ficar ali por, sei lá, 100 anos. Decepções podem ser evitadas, sempre, mas será que vale a pena levar a vida dentro de uma bolha protetora, onde não sentir nada vale mais do que correr o risco de sentir dor?
Dor serve para nos sentirmos humanos, vivos. Machuca, mas passa, e as cicatrizes vão ser tal quais as de guerra, e você vai sentir orgulho de olhar para elas e saber que passou por tudo aquilo e saiu ileso, melhor que ontem.
Permita-se viver um romance imaginário, e aposte as fichas nas pessoas. Talvez a imensidão dos seus sonhos vá assustá-las, mas não é culpa sua. Às vezes depositamos grandes sonhos em pessoas pequenas, mas o pessimismo não é a solução para evitar a dor, é só desculpa de um coração que já foi machucado e tem medo de se machucar de novo.
Ontem eu acordei, passei meu café amargo e pensei em como podemos ser surpreendidos se nos permitimos isso. É a lei do universo. Então pare de procurar o príncipe encantado ou o lobo mal, eles existem, mas não vão te fazer subir pelas paredes por 60 anos consecutivos. Quem vai fazer isso não vai ser o seu ideal imaginado, vai ser seu ideal real, aquele que vai te fazer sofrer um dia ou outro, mas que vai fazer valer a pena toda manha que você acordar e ver quem está de fato do seu lado.

segunda-feira, 4 de julho de 2011

Ame-se


Amor é bom, amar é bom. Frio na barriga, mistério. É ter a bússola na mão e não saber para qual direção ir. É saber que o certo é seguir para o norte, como dizem os bons manuais de escotismo, mas ir para o sul, porque parece mais interessante. É dormir com o celular na orelha esperando uma ligação e ao acordar de manhã mexer nele na esperança de ter uma mensagem.
Amar é ser amado, amar é retribuir todos os "Bom Dia" que recebe com calor, sorrir os sorrisos mais sinceros. Cantar aquela música cafona da sua adolescência enquanto esta naquele seu trabalho que te suga tanto. Amor renova as células, mas em vez de retirar as mortas, ele as faz renascer, e ele é capaz de tudo. Só sabe disso quem ama.
Amar é uma ação abstrata que não existe no passado. Você nunca deixa de amar quem realmente amou um dia. "AMOU" não existe. As formas mudam, mas o conteúdo é o mesmo, assim como a água não deixa de ser água por estar como gelo ou vapor.
Mas, o amor que mais importa é o amor próprio. É a nossa maior defesa e o ataque mais sincero. Ame-se o suficiente para beijar quantas pessoa achar necessário até encontrar a certa, apaixone-se cada dia por uma pessoa. Pela certa, pela errada, pela diferente, pela feia, pela bonita. Um dia você vai encontrar alguém para chamar de seu e fazer suas frustradas procuras acabarem.
Na verdade, esse é nosso mal. Não podemos ficar sozinhos e felizes. É tão forte o sentimento de se incompleto, que não nos bastamos por nós mesmo. Ser solteiro não quer dizer ser infeliz, frustrado, encalhado ou qualquer outra coisa. Ser solteiro é opção de vida, momentânea ou não. É quando pensamos um pouco mais na gente e nos permitimos mais coisas.

Se amássemos a nós mesmos com o mesmo calor que amamos alguém quando estamos apaixonados, a felicidade estaria sempre conosco, mesmo que num dia frio, solitário, com um som depressivo rolando de fundo!