segunda-feira, 28 de dezembro de 2009

Minha vida por um beijo

Gente, vo colocar um capitulo do otro livro que eu escrevi!
espero que gostem! *_*

Capítulo 1- De amigo para Amor

Não hesitei. Cortei meus pulsos e depois disso não me lembro de mais nada além do meu sangue pintando de vermelho os azulejos de mármore, que passaram de gelados para um quentinho gostoso.
Eu sei, você não está entendendo nada! Deixe-me apresentar primeiro. Chamo-me Anne, mas todos me chamam de Ne. Tenho 16 anos e sou uma loira de parar o trânsito. Não que eu seja vulgar, mas sei chamar bastante atenção. Estudo na melhor, e única, escola da cidade, a E.E.D.B. - Escola Estadual Dom Bosco. Moro numa cidadezinha no interior de Ohio. Nós daqui do Green Village nos orgulhamos da nossa incrível população de mil e quinhentos habitantes. Como toda cidade pequena, todos conheciam todos. Comigo não era diferente, principalmente as pessoas dos 13 a 21 anos, até porque, todo mundo dessa idade ou queria ficar comigo, ou queria ser meu amigo.
Porque estou desmaiada agora? Calma, vou começar do começo. Tudo começou em 95, eu tinha 3 anos e não, não me lembro como, mas eu ganhei um amigo assim, do nada. Depois de alguns anos, mamãe me contou da onde meu amiguinho tinha surgido. Segundo ela, meu amigo Andy, seu pai e seus dois irmãos, vieram da Europa, logo após a misteriosa morte de Cindy, mãe de Andy.
Andy, que era 2 anos mais velho que eu, não era aquele menino que você abaixa os óculos para ver melhor, mas também não era lá de se jogar fora. Tinha olhos verdes esmeralda, tinha traços delicados e expressivos, cabelos extremamente pretos e lisos, o que dava mais destaque a sua cor branca, característica dos Europeus. Di, como eu o chamo, morava em uma casa grande, a três quadras da minha casa. Seu jeito era o que me encantava. Ele era totalmente oposto a mim. Ele era calmo, na dele, não que ele fosse covarde, mas ele só não era tão barraqueiro como eu. Confesso que eu achava super divertido quando ele colocava aqueles brutamontes do bairro no chão, sempre que um deles me chamava de gostosa.
Éramos carne e unha. Crescemos com uma amizade muito bonita e mútua. Colocaria minha mão no fogo por ele, de olhos fechados até. Andy não estudava na escola, pois seu pai preferia ensinar em casa mesmo. Ronny, ou tio Ron para mim, era muito simpático, mas também era muito conservador. Ele fazia projetos para uma faculdade na Irlanda e acredite, ele ganha uma nota.
Todo dia, lá pras sete horas da noite, eu e Di sempre nos encontrávamos na rua e ficávamos até nossas gargantas ficarem roucas, de tanto que falávamos. Para mim era ótimo. De manhã ia a escola, de tarde estudava e de noite via meu melhor amigo.
A nossa amizade começou a mudar quando completei 12 anos. Minha festa foi perfeita, tirando o fato deu estar sem um dente, pois a dentista jurou que eu tinha um dente a mais na boca, então uma semana antes do meu aniversário, fui eu, linda e formosa arrancar um dente. Ele nem aparecia, porque era lá no fundo da boca, mas os pontos sangravam as vezes.
Estava eu, Di, umas amigas da escola e uns gatos da oitava série. Aproveitamos a desatenção dos adultos e subimos para meu quarto, que era no segundo andar, para brincar de sete minutos no paraíso. Eu estava louca para perder meu BV com o gato do Tommy, que era o mais bonito de todos da escola. Então, depois da roda formada, o jogo começou. Fui no meio da roda e girei a garrafa, que rodou, rodou, rodou e quando parou indicou que a Kate iria para o closet , passar sete minutos com MEU Tom. Ela é minha amiga e tudo mais, mas todo mundo sabe que ela é uma vaca e é óbvio que ela iria dar altos amassos com meu pretendente. Fiquei irritada, mas tentei não transparecer isso. Acompanhei o casal até o meu closet e disse um irônico “Divirta-se”.
Aproveitei a deixa e fui ao banheiro retocar a maquiagem e aproveitei para fazer um gargarejo com Listerine, porque meus pontos estavam sangrando de novo, droga. Depois de me recauchutar, voltei para roda, e no mesmo momento a porta do closet se abriu e de lá saiu aquela vaca, arrumando o cabelo e meu EX gato, sorrindo safadamente para os amigos dele. Mais do que depressa, fui rodar a garrafa de novo, pensando em mil maldições que poderia rogar para Kate. Rodei com gosto a garrafa, e voltei para meu lugar correndo. Para minha surpresa a próxima a ir para o closet era eu, com ninguém menos que Di.
- Boa! – ouvi Kate falar rindo com as suas amiguinhas que não eram minhas convidadas.
Olhei para a cara dela com nojo, levantei, dei a mão para meu melhor amigo e entrei no closet. Para mim isso era a coisa mais normal do mundo. Andy era como se fosse meu amigo gay. Já estivemos trancados em lugares menores e até com menos roupas, mas nunca rolou nada, nem mesmo pintou uma vontade. O que para mim parecia normal era um tanto quanto constrangedor para Di e ficou um clima estranho no ar. Então resolvi falar:
- Qual é Di, ta querendo me beijar é? – eu disse rindo
Andy sorri e me falou:
- E se eu estivesse?
- Você? NUNCA! Você é meu irmãozinho Di- falei segurando o riso
Di não disse nada. Apenas se aproximou, tirou o cabelo do meu rosto e segurou minha cabeça. Jurei que ele ia me agarrar, mas não, ele apenas ficou a alguns centímetros da minha boca e ficou ali parado. Foi então que perdi meu Bv.
Tá, eu não sou atirada, mas tava o maior clima, e aconteceu.
Assim que nós demos o primeiro beijo, Andy apertou minha cintura, como se estivesse levado um susto ou estava muito no clima, se é que você me entende! Talvez fosse aquele gosto horrível de sangue que tava na minha boca. Foi tudo tão rápido e inesperado que nem fiquei pensando muito nisso. Eu apenas beijei, e que beijos. Andy parecia extasiado com tudo, pois começou a me segurar de um jeito carinhoso, mas forte. Tava tudo tão gostoso que eu perdi a noção do tempo completamente. Noção na qual recuperei quando alguém bateu na porta e disse:
- Sete minutos pombinhos!
Era Kate. Olhei para o Di e falei:
- Me lembra de bater nela amanha!

Um comentário:

. disse...

Eu li em primeira mão :P